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Pirenópolis quer se tornar Patrimônio Histórico da Humanidade

A prefeitura de Pirenópolis iniciou campanha para que o município, a exemplo da Cidade de Goiás, seja reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Na semana que vem, a cidade completa 32 anos de tombamento como Patrimônio Nacional

A prefeitura de Pirenópolis iniciou as tratativas para que o município, a exemplo da Cidade de Goiás, seja reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.

A nova investida ocorre 32 anos após Pirenópolis ter sido tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pelo conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico. O reconhecimento nacional data de 10 de janeiro de 1990. 

O reconhecimento internacional é dado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A prefeitura da cidade e o Iphan estão trabalhando juntos para fazer todo processo necessário para que Pirenópolis possa se candidatar ao título internacional da Unesco.

A candidatura será avaliada pela Unesco e pode levar até 5 anos. “O pleito deve vir do município e nosso escritório dá todo o auxílio e orientação sobre esses passos para que haja esse pleito”, disse Juliana Luscher, responsável pelo Iphan em Pirenópolis.

“Vamos fazer o inventário, levantar toda documentação, todo esse estudo sobre a cidade para que ela possa, junto com outras diversas cidades do país, concorrer a esse título de Patrimônio Mundial”, disse o secretário de Cultura de Pirenópolis, Ronaldo Félix.

O município, fundado em 1727, é conhecido pela arquitetura dos seus casarões, as ruas de pedra, além das várias cachoeiras. Foi um dos primeiros municípios de Goiás. O antigo povoado de Meia Ponte possui diversos casarões e igrejas do século XVIII que encantam moradores e visitantes. São edificações como Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 e 1732, as igrejas de Nossa Senhora do Carmo (1750 – 1754) e a Igreja Nosso Senhor do Bomfim (1750-1754), que dão à cidade uma beleza arquitetônica e diversificada, que mescla estilos. O Teatro de Pirenópolis, por exemplo, é de estilo híbrido; Cine Teatro Pireneus, em puro estilo art-déco (1919).

O município, fundado em 1727, foi um dos primeiros de Goiás e tem nas Cavalhadas um marcante momento em seu calendário anual de atividades culturais

Toda essa riqueza deverá constar em um dossiê que está em fase de elaboração pela prefeitura. “Estamos nos preparando para apresentar um inventário para o Iphan para avaliação e posteriormente faça o pedido à Unesco. Só então de fato começa a candidatura. Além do reconhecimento em si, o título poderá dar a cidade outros benefícios. Existem diversas políticas públicas direcionadas às cidades que são patrimônios mundiais. Uma vez que Pirenópolis consiga esse título, irá favorecer bastante, com um trabalho ainda maior de preservação do patrimônio histórico e imaterial”, disse o secretário de Turismo, Ronaldo Félix.

O superintendente do Iphan-GO, Allysson Cabral, destacou a importância da iniciativa. “O que torna o conceito de Patrimônio Mundial é a sua aplicação universal, os locais com esse título pertencem a todos os povos do mundo”. No entanto, ele pontua que um bem cultural, para chegar a ser reconhecimento como patrimônio da humanidade, passa por uma série de critérios. “O Iphan tem grande interesse nesse título internacional para o município e está à disposição da Prefeitura de Pirenópolis, como também vai participar diretamente com as orientações técnicas necessárias para o pleito e conquista deste importante título para a cidade e para os pirenopolinos”, garantiu Cabral.

Cidade histórica

Casarões, ruas e igrejas de arquitetura colonial compõem o conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico de Pirenópolis, tombado pelo Iphan, em 1990. A cidade reúne um dos mais ricos acervos patrimoniais do Brasil Central e se manteve como testemunho vivo dos primeiros tempos da ocupação do território goiano. Uma das festas mais populares do Estado de Goiás – a Festa do Divino de Pirenópolis – é conhecida internacionalmente. Como tantas outras localidades que surgiram e enriqueceram com o ouro, quando a mineração entrou em decadência o processo de crescimento do arraial foi interrompido

Casarões, ruas e igrejas de arquitetura colonial marcam a história de Pirenópolis e foram tombados pelo Iphan em 1990

No início do século XIX, a economia – com o declínio da mineração – começou a ser reativada com base na agricultura. Apesar da estrutura urbana do arraial pouco ter se alterado até esse período, ocorreu uma renovação em termos arquitetônicos. Ao longo desse século, as antigas casas de adobe e pau-a-pique se deterioraram e as reformas foram caracterizadas por construções de maior apuro técnico e requinte formal, apesar de ainda conservarem a tipologia tradicional da arquitetura colonial do Centro-Oeste. No perímetro que demarca a cidade, anterior a 1830, as alterações subsequentes foram poucas e de pequena monta.

A cidade floresceu até fins do século XIX, sendo considerada uma das mais importantes do Estado e experimentou um período de estabilidade e isolamento, que a manteve quase intocada e permitiu que conservasse praticamente intacta sua feição original. Nas últimas décadas desse século, a principal atividade passou a ser a pecuária, mantendo-se assim até meados do século XX. O antigo núcleo histórico permaneceu praticamente intacto até os dias atuais.