SÃO PAULO (Reuters) – Depois de vários adiamentos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança neste sábado sua pré-candidatura à Presidência em um evento planejado para exibir ao Brasil a aliança costurada pelo ex-presidente e um Lula focado nos problemas do país.
Enxuto, o programa deve se concentrar em apenas dois discursos, de Lula e do companheiro de chapa, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB). O ex-tucano, no entanto, não estará presente e participará por meio de um vídeo, depois de ter sido diagnosticado na última hora com Covid-19.
O palco do evento trará não apenas a imagem de uma aliança que reúne sete partidos –além do PT e do PSB, estão na coligação PV, PCdoB, PSOL, Rede e Solidariedade–, mas também aliados de outros partidos, como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Otto Alencar (PSD-BA).
Também devem estar presentes artistas, intelectuais e representantes de movimentos sociais que apoiam a candidatura do ex-presidente.
Mais do que discursos, o que interessa à candidatura é a imagem.
“Nunca tivemos uma aliança tão significativa no primeiro turno. Algumas pessoas dizem que já era o nosso público, mas não é verdade. Metade já estava com a gente, mas metade está chegando agora”, disse uma fonte do comando da campanha.
De fato, apesar da aliança formal concentrar predominantemente partidos de esquerda e centro-esquerda, esta será a primeira vez que o PSOL, por exemplo, apoia o PT no primeiro turno. O PSB, que tem Alckmin na chapa, em várias eleições teve candidato próprio a presidente e, em 2018, parte do partido chegou a flertar com o bolsonarismo.
Mesmo entre as centrais sindicais, algumas, como a Força Sindical e a UGT, eram alinhadas a outras forças políticas.