A necessidade de negociação com outros partidos deve fazer com que a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição seja colocada em votação apenas na semana que vem, afirmou o presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP-AL (imagem), nesta terça-feira (13), apesar do desejo – e necessidade – do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), resolver essa pendência para que possa começar seu mandato com algum tranquilidade. Lira e Lula mantêm conversas sobre o tema desde a semana passada. O deputado quer contar com o apoio do PT para a sua reeleição na presidência da casa. A PEC permitirá o pagamento dos R$ 600 no programa Bolsa Família.
A atitude de Lira, apesar de justificável, pode dar margem a alguma animosidade com a bancada petista, a segunda maior da Câmara, com 69 parlamentares.
“O texto será negociado, com o relator designado a partir de amanhã [14], conversando com todos os membros das bancadas. E o texto final, negociado com todos os partidos, será levado a plenário”, declarou Lira após almoço com a Frente Parlamentar Agropecuária.
A negociação com os partidos é necessária, pois é praticamente um via de mão única por causa do prazo exíguo. Se a PEC da Transição for aprovada com emendas, precisará de revisão do Senado, o que fará com que o prazo seja perdido, afetando o cumprimento da mais importante promessa de campanha de Lula. Porém, para evitar esse dissabor, Lira teria que se acertar com os líderes partidários.