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Polícia faz operação contra empresários e funcionários públicos suspeitos de furarem fila da vacinação contra Covid-19

Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (16). Armas, munições e documentos foram apreendidos e duas pessoas presas. Suspeitos são investigados de apresentarem declarações falsas e se passarem por profissionais da saúde para conseguir imunização nas cidades de Ceres e Rubiataba.

A Polícia Civil realizou uma operação na manhã desta sexta-feira (16) para investigar casos de furadas de filas da vacinação contra a Covid-19 nas cidades de Rubiataba e Ceres, no centro de Goiás. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensões contra empresários, funcionários públicos e profissionais liberais suspeitos de apresentarem declarações falsas e se passarem por profissionais da saúde para conseguirem a imunização.

“As investigações começaram em meados de fevereiro após o Ministério Público requisitar. Cerca de 13 indivíduos fora dos grupos obtiveram a primeira dose”, disse o delegado Gustavo Mendes.

A operação intitulada de ‘Falsa Modéstia’ apreendeu duas espingardas, uma pistola calibre 635, munições de diversos calibres e diversos documentos e objetos, que serão a analisados pela investigação. O delegado informou ainda que duas pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma.

De acordo com a polícia, os suspeitos teriam afirmado, no ato da vacinação, que exerciam funções de recepcionistas e auxiliar de serviços gerais em clínicas, farmácias e consultórios odontológicos, sendo então vacinados por supostamente atuarem na área da saúde, quando, na verdade, exerciam funções diversas, ou sequer trabalhavam nos locais informados.

“As investigações apontaram que primeiro eles foram vacinados e, só depois, foram cobradas documentações, onde foram apresentados documentos falsos”, informou o delegado.

No início do mês, a Prefeitura de Ceres afastou duas servidoras suspeitas de participar do esquema de furada de fila da vacinação contra Covid-19. O pedido foi feito pelo Ministério Público de Goiás, que também investiga casos de furadas de filas de vacinação na cidade.

Entre os investigados da operação desta sexta-feira, está uma engenheira civil, que não teve a identidade revelada, e que, segundo investigações, havia se declarado recepcionista de uma clínica odontológica, obtendo a primeira dose da vacina.

A polícia informou ainda que foi registrado uma anotação de responsabilidade técnica na inscrição profissional da suspeita quatro dias antes da declaração, pressupondo que a investigada exercia, de fato, a função de engenheira quando se declarou recepcionista da clínica.

Não foram divulgadas quantas doses de vacinas teriam sido desviadas para o grupo investigado.

Os suspeitos são investigados pelos crimes de falsidade ideológica e infração de medida sanitária preventiva, delitos cujas penas somadas podem ultrapassar a quatro anos de prisão, além de multa, que não teve valor divulgado.