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Mulher relata abuso de ginecologista preso suspeito de crimes sexuais: ‘Colocou minha mão na parte íntima dele’

Polícia diz que mais de 40 pacientes já denunciaram o profissional. Defesa diz que ele manteve

Uma paciente relata que foi abusada pelo ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, preso suspeito de crimes sexuais contra mulheres durante atendimento em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Ela decidiu falar sobre o caso após a prisão do médico. Dezenas de mulheres procuraram a polícia para contar que foram vítimas do profissional, inclusive quando eram menores.

“Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão da parte íntima dele, sabe?”, disse a paciente, que não quis se identificar.

A vítima conta que fez o pré-natal com o médico e precisou de acompanhamento após o parto por problemas hormonais. O abuso relatado teria acontecido em uma das consultas.

“Quando ele começou a me tocar, tirou a minha camisola e começou a passar a mão pelo meu corpo. Foi a partir desse momento que eu vi que não era algo que um ginecologista deveria fazer”, completou.

Em nota, a defesa do médico disse que teve acesso apenas a algumas partes do inquérito e que, até então, “consta somente o simples exercício profissional” e que “em nenhum momento realizou qualquer tipo de procedimento médico com cunho sexual”. Além disso, ressaltou que outras pacientes se dispuseram a depor em favor dele.

Uma jovem de 20 anos também procurou a polícia para denunciar que foi abusada quando tinha apenas 12 anos. “”Ele veio me falar que eu podia começar a me masturbar, e me mostrou histórias em quadrinhos pornô, vídeo, mandando os links pra mim, me falando quais eram os links que eu poderia entrar para assistir. Depois levantou, pegou minha mão e colocou nele, na parte intima dele”, disse.

Outra mulher também teve coragem de falar sobre o crime somente com a prisão do suspeito. Ela disse que, durante uma consulta no ano passado, o médico elogiou seus olhos e também o órgão sexual. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido.

“Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer”, contou.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou, por meio de nota, que soube das denúncias contra o profissional na quarta-feira (29) e que “vai apurar o caso e a conduta do médico no exercício profissional”.

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Prisão

O médico foi preso em seu consultório na quarta-feira (29). Mais de 40 mulheres já relataram à polícia que foram vítimas do ginecologista. Destas 26 já formalizaram a denúncia na polícia.

Um vídeo mostra quando Nicodemos Júnior é preso. Ele entregou aparelhos eletrônicos para serem periciados. Do lado de fora, pacientes que aguardavam atendimento ficaram surpresas com a revelação da polícia de que ele estava sendo preso suspeito de violação sexual mediante fraude.

A delegada Isabella Joy informou que as pacientes não podiam entrar acompanhadas no consultório e que os abusos aconteciam também por meio de aplicativos de mensagens, por onde mandava sugestões de livros eróticos. “Ele agia da mesma forma: ou era na consulta ou no exame transvaginal. Ele sempre fazia isso sozinho e nesse momento ele abusava das vítimas”, disse.

Segundo a delegada, o médico escolhia pacientes jovens, bonitas e que estavam sozinhas. O profissional tem registro para praticar a medicina em Goiás, Pará, Paraná e Distrito Federal.

“Ele tem CRM em vários estados, já atuava há um bom tempo, então pode ter outras vítimas”, completou a delegada.

De acordo com as investigações, o médico já foi condenado pelo mesmo crime no Distrito Federal e foi investigado no Paraná, mas o caso foi arquivado.