Coinfecção tem sido chamada de Flurona pelos especialistas e já foi detectado um caso em Goiás
Casos em que os vírus que causam a Covid-19 e a H3N2 (um subtipo da Influenza A) estão infectando uma mesma pessoa já foram diagnosticados em várias regiões brasileiras, inclusive em Goiás. A combinação dos vírus é chamada de “Flurona”, uma designação a partir dos termos “flu” (gripe, em inglês) e “rona” (de coronavírus). Segundo o médico infectologista Marcelo Daher, casos de dupla infecção viral são comuns e as pessoas não precisam ficar preocupadas porque não há agravamento do quadro por se tratar de duas doenças diferentes. “Quando se tem duas epidemias simultâneas, a chance de que isso aconteça é grande”, afirma o médico, em vídeo publicado em suas redes sociais.
Outro ponto importante destacado pelo infectologista é o fato de que o indivíduo estar contaminado pelos dois vírus, não significa, necessariamente, que ambos estejam agindo no corpo ou que os sintomas apresentados serão mais graves. Como vem se esclarecendo desde o início da pandemia de Covid-19 e também em relação a gripes sazonais, são verificadas complicações mais sérias em idosos e em pessoas com comorbidades. No caso da dupla infecção, é a mesma situação. “Pessoas com mais idade e quadro de doenças pré-existentes sempre necessitam de mais atenção e cuidado”, diz Marcelo Daher.
As duas doenças respiratórias apresentam sintomas clínicos muito parecidos e só é possível determinar de qual se trata a partir de exames. “Tanto a Covid-19 quanto a gripe provocada pelo H3N2 apresentam os mesmos sintomas, que são febre, dor na garganta, tosse, coriza, dor de cabeça e mal-estar generalizado e, graças às vacinas, não têm evoluído para situações graves”, explica o infectologista.
Ele reforça que é hora de todos agirem com prudência, evitando lugares com aglomerações, mantendo o uso da máscara e com atenção ao uso do álcool em gel para higienizar as mãos. “Com todos esses vírus em circulação e o crescente número de diagnósticos que temos visto, existe uma possibilidade de que haja um aumento das internações novamente e até da taxa de mortalidade”, alerta Marcelo Daher.