Após sugerir, durante um culto, em referência a pessoas LGBTQIA+, que Deus, se pudesse, “matava tudo e começava tudo de novo”, o pastor André Valadão publicou um segundo vídeo, nesta segunda-feira, em que alega que a fala anterior não era “sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio”. A tentativa de retratação, porém, não impediu que o líder religioso fosse alvo de uma série de denúncias protocoladas por parlamentares, em diferentes instâncias: o senador Fabiano Contarato (PT-ES), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e o deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) pediram que o Ministério Público Federal (MPF) e o equivalente estadual de Minas Gerais (MP-MG) investiguem o teor das declarações de Valadão por conta de conteúdo homofóbico e transfóbico.
O culto aconteceu nos Estados Unidos, mas foi transmitido pelas redes sociais. No documento encaminhado para a Procuradoria da República no Distrito Federal, o deputado distrital Fábio Félix cita diversos trechos do discurso do pastor na ocasião. A representação cita que “é nítida a intenção de caracterizar a população LGBTQIA+ como potenciais criminosos que se associam para promover a exploração sexual e abuso de crianças, com a finalidade de criar pânicos e mobilizar a população que se identifica com o segmento religioso de que o representado reivindica ser parte”.